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Pode vir quente que eu estou fervendo!

Nas últimas décadas presenciamos uma grande evolução na ciência, medicina e tecnologia, como nunca havíamos visto antes. E em meio a isso tudo a informação se transformou no maior ativo que um indivíduo pode ter. Somos bombardeados por todos os lados e em tempo real por todo tipo de informação e a sensação que temos é de estarmos sempre atrasados ou à margem.


A síndrome de FOMO (fear of missing out) traduzida como o medo de ficar de fora do mundo tecnológico ou de não se desenvolver no mesmo ritmo que a tecnologia nunca foi tão real. Os estudos demonstram que quase dois terços de usuários das Redes Sociais sofrem dessa patologia psicológica.


Somos os filhos da Revolução Sexual. Apesar de toda a libertação que pairava sobre o universo dos nossos pais, o nosso respeito por eles era inquestionável. Fomos criados nas ruas. Liberdade era a palavra de ordem. Com responsabilidade, é claro! Afinal de contas era impossível monitorar os nossos passos sem Iphones de última geração.


Usávamos a nossa criatividade para nos divertir e precisávamos fazer o gerenciamento do nosso tempo de maneira eficiente. Sim, tínhamos autonomia para gerenciar o nosso tempo porque os nossos pais trabalhavam o dia inteiro. Havia a hora de ir pra escola, hora de fazer as atividades escolares, hora de brincar, hora de tomar banho, hora de jantar com os nossos pais, hora da novela e hora de dormir (sem distrações). Não necessariamente nessa mesma ordem.


Precisávamos esperar seis meses para assistir um filme que foi lançado no cinema (na terra do Tio Sam). Os vídeos clipes dos nossos artistas favoritos tinham dia e hora para serem veiculados (sem direito a replay). Para ouvir a nossa música preferida no programa de rádio, tinha hora certa (e se quiséssemos gravar em fita cassete, sem “propaganda” no meio, aí precisávamos, além da paciência, muito planejamento para estarmos prontíssimos no dia e hora marcados e com a fita no lugar certinho). Ganhar presentes só em datas muito especiais e quando os nossos pais tinham condições financeiras para isso. E pra falar ao telefone, mesmo com o namoradinho (a), não era todo dia, ainda que na sua casa tivesse um aparelho de telefone. Como as ligações não eram baratas, os nossos pais controlavam o tempo. E se as ligações fossem feitas de um telefone público, a duração de cada ficha era de 3 minutos e muitas vezes isso era tudo o que tínhamos. Por essas e muitas outras, nos tornamos mestres na arte da paciência.


Fazíamos Networking raiz. Olhos nos olhos. Correndo todos os riscos e muitas vezes com o coração na boca. O nosso tempo era o presente. Aproveitávamos cada dia ao máximo. Usávamos a nossa Criatividade para nos divertir, o Gerenciamento do Tempo pra garantirmos a realização de tudo o que era importante ao longo do dia e a nossa Autonomia para decidir as nossas prioridades (a obrigação sempre estava em 1º lugar, mas queríamos garantir a diversão também!). Estávamos sempre abertos ao novo. Não tínhamos muitas opções e quando havia a oportunidade de conhecer e testar algo diferente, não pestanejávamos.


Como nos arriscávamos! Andávamos pelas ruas, pegávamos transporte público sozinhos ou com a nossa turma de amigos, “puxávamos” conversa com quem não conhecíamos, abríamos as pistas de dança das festinhas...


Somos muito sortudos por termos tido a oportunidade de desenvolver as tão desejadas “soft skills” de maneira muito natural. O mundo mudou muito nas últimas décadas e nós continuamos nos adaptando. É verdade que às gerações anteriores à nossa, nessa época da vida, já estavam puxando o freio. Até porque as opções que o mundo oferecia eram escassas, se compararmos com o que temos hoje e a expectativa de vida era muito menor.


Pois bem, ganhamos um bônus de 30 anos! Acumulamos experiências, estamos cheios de vitalidade e queremos continuar produtivos. Do nosso jeito e em nosso ritmo (já aprendemos que a direção é mais importante que a velocidade!). De um tempo pra cá, passamos a ter outro olhar sobre a vida. O que fazia sentido até pouco tempo atrás, pode não fazer mais agora. As nossas prioridades mudaram.


Se você é mulher, como eu, os hormônios podem estar fazendo uma reviravolta na sua vida e você está tentando se reconhecer nessa nova pessoa que está desabrochando. Mas isso não deve ser um problema. É só mais uma fase da vida pra acolhermos e nos adaptarmos. Se tivéssemos a maturidade de hoje para encarar a adolescência, ela não seria uma fase difícil, não é mesmo?


Vamos tirar proveito desse bônus. Temos muitas opções (e isso pode nos confundir se quisermos abraçar o mundo) e podemos nos dar o direito de testar. Novos caminhos, novas carreiras, novos lugares, novas pessoas, novos hobbies, novos habitos... Devemos ter em mente, que estamos mais preparados do que nunca! Ainda que a nossa sociedade não nos veja assim e muitas vezes nem nos enxergue. Não podemos culpá-la, afinal de contas somos a primeira geração nessas condições. Desbravar é para os fortes!



Precisamos internalizar que a idade é apenas um número e a vida é movimento. Enquanto houver desejo, pode haver realização. Não se limite. O que nos define é a nossa atitude, o nosso comportamento diante da vida. É assim que as pessoas vão nos enxergar. Já passamos por tanta coisa e logo agora, na melhor parte, com todo o potencial que acumulamos durante todos esses anos, vamos deixar a peteca cair? De forma alguma!


Vamos ajudar a nossa sociedade a ressignificar a Maturidade, e por que não dizer o Envelhecimento, esse processo maravilhoso da vida! Estamos juntos nessa jornada. Seja bem vindo à Proud Over 40!

1 comentário


Gabriel Veiga
Gabriel Veiga
17 de jan. de 2022

Você é demais!!

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