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A Libido na Menopausa

Uma das queixas mais comuns entre nós mulheres que estão no Climatério ou já entraram na Menopausa é a falta de libido. Segundo a médica ginecologista, obstetra e especialista em hormônios, Dra. Mara Rubia Rios, “a libido é o grande drama do consultório ginecológico”. A libido feminina é o desejo sexual da mulher. Esse desejo varia de intensidade durante as fases da vida e pode ter picos ou quedas consideráveis, que podem ser explicadas por algumas razões.


Uma dessas razões e, até a mais citada, está relacionada à diminuição dos hormônios testosterona, estrogênio e progesterona, uma vez que nesta fase os ovários deixam de produzi-los. Porém, a nossa sexualidade não está ligada apenas aos nossos ovários. É possível ter uma vida sexual ativa até uma idade avançada. A baixa libido envolve outros fatores, como problemas no relacionamento, rotina diária estafante, estresse diante das alterações que começam a acontecer no próprio corpo ou dificuldades de ordem material, tais como falta de trabalho e dinheiro. Ainda segundo a Dra Mara Rubia, “a diminuição da libido é 30% de ordem hormonal e 70% de ordem emocional”.


O nosso corpo muda muito durante a menopausa e isso pode ser absorvido por nós de uma forma negativa. Além de termos que lidar comas questões do envelhecimento, muitas vezes, deixamos de se sentir desejáveis, construindo uma autoimagem distorcida acerca de nós mesmas. Isso certamente terá consequências na forma em que vivemos a nossa sexualidade. Por isso é importante separar apetite sexual de libido. Muitas vezes temos o apetite sexual, mas temos dificuldade de fazer sexo devido a algum desconforto com o nosso corpo.


Confira o meu bate papo com a Dra. Mara Rubia sobre o assunto:


Outro fator que compromete muito a libido é o uso de medicamentos antidepressivos. E muitas mulheres nessa fase da vida, fazem uso desse tipo de medicamento. É preciso avaliar com cuidado as possíveis causas orgânicas, psicológicas ou decorrentes do uso de algum medicamento, que, como efeito colateral, pode provocar a falta de libido. Para alguns dos casos citados acima, existem tratamentos específicos que podem "ajustar" o nível de libido e reduzir a falta de desejo na cama. A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é um deles. Basta procurar um médico especialista ou consultar um psicólogo para trabalhar certas questões pessoais.


Além disso, a prática de exercícios físicos ajuda a aumentar a disposição física e mental. Os exercícios são poderosos aliados de uma libido saudável, inclusive quando o problema é entrar no clima. Todas as atividades que ajudam a manter uma vida mais saudável favorecem a sexualidade, tanto por deixarem a sensação de bem-estar (pela liberação de endorfinas) quanto pela melhora circulatória e da autoimagem corporal.


Ao haver uma melhora na circulação, o sangue flui melhor até mesmo pelos tecidos dos órgãos genitais, tornando-os mais sensíveis ao toque e, portanto, trazendo mais prazer. Já os hormônios do bem-estar, como as endorfinas, ajudam a mulher e o homem a relaxarem, facilitando a "entrada" no clima. Nesses quesitos, as atividades aeróbicas são excelentes aliadas.


Cuidar de si mesma favorece a autoestima. Devemos nos permitir a ficarmos mais atraentes, concentrar nossos pensamentos no sexo e no prazer durante a relação e não ter vergonha de expressarmos nossos desejos ao (à) parceiro(a). Inclusive, nessa fase, a interação e intimidade com o (a) parceiro (a) são cruciais para que nos sintamos mais seguras. Será preciso que ele (a) entenda este momento delicado da nossa vida e nossas manifestações, tais como ressecamento vaginal, dor durante o ato sexual e diminuição de libido, e tenha mais paciência, pois levaremos mais tempo para nos satisfazer.



Quanto mais o casal falar sobre o assunto e o(a) parceiro (a) se mostrar disposto(a) a escutar, compreender, incentivar a mulher, mais a dupla vai se fortalecer mutuamente. Um estudo publicado no Journal of Social and Personal Relationships, em 2012, mostrou que pessoas que falam sobre sexo têm uma vida sexual melhor.


O desejo sexual e o prazer não precisam diminuir com a idade. Inclusive muitos especialistas afirmam que o sexo é, na verdade, uma estratégia de antienvelhecimento para manter todos jovens e vibrantes.


Quanto mais bem resolvidas e mentalmente saudáveis estivermos, melhor passaremos por esse momento e com uma nova perspectiva em relação a nós mesmas. Isso pode ser bastante fascinante se avaliado com clareza e coração aberto. Existem horizontes que podem e devem ser expandidos. Portanto, concentremo-nos em abraçar a mudança e redescobrir aspectos positivos de nossas vidas. Vamos usar esse tempo de transição para começar a experimentar coisas novas e explorar diferentes possibilidades.








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